domingo, 13 de setembro de 2015

Medo de amar e medo de morrer

Entre esses dois mundos, uma lei. Você dentro de casa com a pessoa que você ama, que luta diariamente com você e que você ama sem impor limites acaba sendo surpreendido com um inimigo que sabe tudo sobre você.
Desde o dia 19 de agosto de 2015 o Brasil está acompanhando o caso Joelma. Todos a conhecem como uma cantora incrível, de voz única, que lidera nas paradas de sucesso e que aparentava ter um casamento perfeito. Como falei, aparentava. 
Todos foram surpreendidos com a separação do casal e com a mais nova notícia de que o judiciário interveio na relação do casal impondo MEDIDA PROTETIVA prevista na lei maria da penha para que o homem com quem ela passou tantos anos juntos e amando aquela mulher não se aproximasse mais dela.
Vocês imaginam o que é isso? quantos já não passaram por essa situação chata de ter que esconder e se proteger de alguém que anos ficou do seu lado. Não é fácil mas é muito comum de acontecer. 
O aumento no número de casos de violência doméstica disparou em 2015. A lei não está dando conta do recado nem mesmo diminuindo a violência no Brasil. 
A mulher com medida protetiva nas mãos ainda sim não está plenamente protegida. Ela está tão somente num papel, que desculpe a indelicadeza, mas a mulher morre com o papel na mão e a unica coisa que podem fazer é prender o cara. 
A lei está ineficiente, está deixando a desejar, não está cumprindo seu papel social. As mulheres continuam sendo vítimas fatais de seus parceiros e estão cada vez mais perdendo suas vidas de forma cruel e pesada. Há aqueles caras que matam e se arrependem depois, mas cumprem suas penas. Há aqueles que matam e não se arrependem, ainda reforçam que fariam novamente se fosse preciso. Por fim há aqueles que mandam matar para não serem descobertos. 
Nenhuma dessas situações deixam de mencionar um verbo grave- "matar". A lei protege a mulher e pune os homens. Como se não fosse suficiente criou-se o crime de "feminicídio" que não deixa de ser um HOMICÍDIO. 
A mulher vai continuar sendo vítima enquanto a lei não mudar. A mulher vai continuar morrendo nas mãos dos seus amores. Ter um papel nas mãos não é ter proteção. Não há um policial pra cada mulher que tem uma medida protetiva nas mãos. Então, ao invés de ficar se protestando apenas para tirar a Presidente do cargo, vamos protestar para não perder pessoas que estão mais perto e correm risco. Vamos mobilizar nosso legislativo para dar maior celeridade na formalização e publicação de leis mais severas a quem mata. Vamos MUDAR. 

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