A violência tornou-se, nos últimos
anos, parte do cotidiano da vida de quem mora nas grandes e pequenas cidades;
na nossa Belém isso não é diferente. Todos os dias, sabemos pelos noticiários
de casos de sequestro, sequestro-relâmpago, assalto, roubo, furto, abuso sexual
e outros tantos tipos de crimes contra a pessoa. Praticamente todos nós
conhecemos alguém na família, algum amigo ou conhecido que já sofreu algum tipo
de violência.
Essas pessoas, vítimas de um evento ou
de uma situação traumática, podem desenvolver um quadro que hoje denominamos
"transtorno de estresse pós-traumático". A pessoa exposta a evento
traumático que envolveu risco de vida ou de lesão física grave e que reagiu com
intenso medo, pavor, estresse ou sensação de impotência diante do evento, passa
a reviver este momento em sua mente de modo persistente.
Imagens, lembranças e pensamentos
voltam à mente mesmo contra a vontade da pessoa. Muitas vezes um estímulo que
relembre o acontecimento (por exemplo: um ruído) é suficiente para desencadear
uma reação semelhante ao ocorrido, mesmo que a pessoa saiba que não está
exposta a nenhum perigo real; passa a dormir mal, sonha com o evento
traumático, acordando apavorada. Hoje vivemos em uma sociedade com medo, pois
não sabemos se vamos voltar para casa.
Nessa semana, o caso dos estudantes
Lucas da Silva Costa e Lucas Batulevicius Pereira Menezes mobilizou grandes
revoltas em Belém. Amigos e familiares não aceitam tanta violência. Onde vamos
parar?
Há casos como o de um comerciante que chegou a
investir cerca de R$ 18.000,00 em segurança, mesmo assim com o enorme
investimento no sofisticado sistema de segurança, ele ainda foi vítima de
assalto ao sair de casa. Estamos nos escondendo atrás das grades, onde quem
deveria estar por trás destas são essas pessoas que tiram vidas de outras.
Estamos vivendo, como afirmou
Thomas Hobbes, a era do “homem lobo do homem”? De um lado, poucos tem a certeza
do bem-estar, e a ampla maioria vivencia seu cotidiano em função do medo.
Os estudantes citados acima tiveram
seus projetos de vida interrompidos justamente por lutarem contra essa
violência e ainda foram vítimas desta.
Autora: Fabíola Corrêa
Administradora
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