Bonito não é?
Para ser perito criminal não basta fazer cursos de especialização. É preciso ter a coragem de adentrar em locais de acidentes, mortes, local de morte violenta, morte por afogamento, pegar em vestígios que podem estar com cheiro forte. Tem que saber receber um testemunho chocante, ver uma família chorando pela perda de um ente querido e não entrar no clima de tristeza. Tem que saber falar com as pessoas que estão em volta de um corpo para que se afastem para analise, saber que pode haver grande comoção social diante de um crime.
Ser perito acima de tudo não é analisar somente locais com mortos ou onde estavam presentes corpos de pessoas. As perícias em pessoas vivas incluem exame de corpo de delito em casos de violência doméstica, lesão corporal, fraude documental, entre outros.
O perito criminal e o judicial também, devem trazer consigo um equilíbrio emocional grande para encarar tudo isso. São pessoas aparentemente frias, mas todos tem de ser assim para que a fragilidade humana não prejudique todo um trabalho que deve ser feito. O trabalho pericial exige de seu profissional um cuidado especial e uma atenção única, pois a perícia é uma prova que não se repete.
Imagine fazer uma perícia em local de crime de morte violenta onde uma das vítimas é uma criança recém nascida. Vamos supor que um órgão estadual de determinado estado envie uma perita criminal que perdeu um filho por aborto espontâneo ou por alguma doença perdeu seu bebê recém-nascido. Se ela encontra numa cena de crime um bebê morto e com sangue que teve sua vida ceifada por alguém juntamente com sua mãe, como ela acabará reagindo?
A população não entende e não está aqui para entender os problemas pessoais de um trabalhador. Mas somente o perito pode ter o equilíbrio necessário para realizar os procedimentos periciais. Deve sempre trabalhar em equipe. Não transformar seu trabalho em um pesadelo, em que se deixe mergulhar em depressão por ver situações tão pesadas que mexem com o estado psicológico do ser humano.
O Perito, mas do que qualquer outro profissional deve tirar o proveito de sua profissão. Vendo na fragilidade da vida a força que essa profissão exige para ajudar a sociedade brasileira em desvendar vários casos.
Autora do Texto: Raphaela Souza
Perita Judicial
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