Velhice
tem sido pensada, quase sempre, como um processo degenerativo, oposto a
qualquer progresso, como se nessa etapa da vida deixasse de existir o potencial
de desenvolvimento humano. O estereótipo tradicional da velhice é o de pessoas
doentes, incapazes, dependentes, rabugentas, impotentes, um problema para a sociedade.
Todos
envelhecemos e, os mais jovens, um dia, serão os idosos de seu tempo. Esse
processo pode resultar em duas situações-limite: uma com excelente qualidade de
vida e outra com qualidade de vida muito ruim. Entre esses dois extremos,
diversas situações intermediárias. Em qual extremo vamos chegar depende de
inúmeras variáveis, algumas pertencentes a nós mesmos como indivíduos e, as
demais, dependentes da sociedade e do meio em que vivemos.
A
violência contra a pessoa idosa, em suas diversas manifestações, constitui um
dos maiores obstáculos para a plena realização de um estado democrático:
possibilitar a igualdade de direitos. A conscientização social sobre esse
fenômeno é unânime ao qualificar essa violência como um atentado contra os
direitos humanos. Compreender as razões que estão por traz da violência contra
a pessoa idosa, supõe um aprofundamento sobre essas relações sociais, e sobre o
contexto onde essas relações são produzidas.
As
violências contra a geração acima de 60 anos se expressam sob as mais
diferentes formas. No âmbito das instituições de assistência social e saúde são
frequentes as denúncias de impessoalidade, maus tratos e negligências. E, nas
famílias, abusos e negligências, discriminações e preconceitos, choque de
gerações, problemas de espaço físico, dificuldades financeiras, costumam se
somar a um imaginário social que considera a velhice como ‘decadência’ do ser
humano.A violência contra o idoso acontece tanto dentro quanto fora de casa.
A
conscientização sobre a violência pode modificar uma estrutura que está se
formando de maneira frágil. Torna-se necessário conscientizar a sociedade em
geral, iniciando-se pelos mais jovens, da possível, importante e rica relação
de troca que pode e deve ser estabelecida com os mais idosos, de forma a evitar
que as pessoas mais velhas sejam vistas como parte desprezível da sociedade.
Esse poderia ser, talvez, o início de uma campanha de prevenção de maus tratos
partindo-se do princípio de que a aprendizagem sobre o envelhecimento inicia-se
nas idades mais precoces.
A
violência tornou-se uma epidemia e é, atualmente, considerada um problema de
saúde pública, provocando efeitos na saúde física e mental da população, uma
vez que debilita a saúde e atinge o potencial de desenvolvimento humano de um
país. A violência contra os idosos, se ignorada, provocará o fim das histórias
passadas e a prospecção de um triste futuro para o envelhecimento mundial. E
por isso que devemos respeitar as pessoas idosas porque é tratar o próprio
futuro com respeito.
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